O olhar de Sophie
- Raquel Longras
- 20 de nov. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de nov. de 2018
O Olhar de Sophie, de JoJo Moyes (sim, a mesma autora de Viver Depois de Ti) é um livro que aborda duas épocas e, como tal, conta duas tramas: uma, numa pequena vila francesa, Péronne, em plena Primeira Guerra Mundial, e a outra em Londres, durante a primeira década do século XXI.
Deste modo, o livro encontra-se divido em duas partes. A primeira conta a história de Sophie, uma jovem que mora com os dois irmãos e os sobrinhos, depois do seu marido e o seu cunhado terem partido para combater. Esta é uma mulher forte e determinada, sempre fiel às suas convicções, que se vê apanhada pela invasão alemã. Já a segunda retrata Liv, uma mulher que não encontra um sentido para a vida e se limita a sobreviver após a morte precoce do seu marido.
E qual é o elo de ligação destas duas heroínas? Um quadro. A Mulher Que Deixaste Para Trás. O retrato de Sophie, pintado pelo seu marido, Édouard Lefèvre, quando o conhecera, em Paris. Um quadro adorado por Sophie e, quase um século depois, por Liv.
Este é um livro que aborda a fome, a invasão alemã e as suas regras (como a falta de liberdade), e a miséria que assombrou a França durante a Primeira Guerra Mundial. Esta primeira parte é narrada sob o ponto de vista da francesa e dá-nos uma perspetiva mais ampla de todas as dificuldades ultrapassadas pelos moradores inocentes de Péronne, assim como nos mostra o que o amor e a determinação podem alcançar.
Já a segunda parte é contada na 3ª pessoa – algo que me distanciou um pouco mais da heroína –, dando-nos pontos de vista para além do de Liv. Esta foca-se no que um simples quadro, aparentemente indefeso, pode esconder e significar, e testa os limites emocionais da nossa protagonista.
A leitura deste livro foi bastante agradável e fluída. A leitora consegue envolver-nos na história, como se estivéssemos no Le Coq Rouge, o hotel de família gerido por Sophie e pela sua irmã, ou na Casa de Vidro de Liv. É uma escrita adulta, sem se tornar enfadonha. E, acima de tudo, transmite-nos emoções fortes. Eu experienciei a revolta pelas injustiças cometidas; a tristeza e saudade, trazidas pelas separações forçadas e abruptas; e a felicidade, enquanto folheava as páginas.
Recomendo, sem dúvida, a aquisição e leitura do livro, e aconselho que se façam circundar da bravura e otimismo de Sophie ou da determinação e superação de Liv.

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